O vício em masturbação pode te prejudicar

Vício em masturbação

A masturbação, por si só, não é uma prática prejudicial e pode (e deve) ser apreciada, tanto por aqueles que estão em um relacionamento, quanto pelos que a usam para compensar a falta de sexo com um parceiro. Inclusive, é até recomendada e importante para pessoa se conhecer e se descobrir.

Mas algumas pessoas (especialmente homens) desenvolvem uma tendência excessiva e/ou compulsiva pela prática, muitas vezes saindo do controle. E são nessas circunstâncias que surge o vício em masturbação.

O vício em masturbação não chega a ser uma doença que possui diagnóstico como outros tipos de compulsão, mas tem um impacto profundo e negativo na vida sexual masculina. Ela se enquadra como um dos tipos de dependência sexual, tal como o vício no próprio sexo e vício em pornografia, por exemplo. Trata-se de um comportamento sexual compulsivo.

Comportamentos que podem indicar o vício em masturbação:

• A masturbação ocupa muito do tempo disponível;
• A vida pessoal ou profissional está sendo prejudicada por isso;
• As atividades pessoais são preteridas em razão da masturbação;
• A pessoa começa a se masturbar em público ou em lugares onde não gostaria;
• Masturba-se quando não tem vontade ou quando não está excitado;
• Masturba-se para lidar com emoções negativas;
• A pessoa começa a sentir-se culpada ou chateada durante ou depois de se masturbar;
• Pensa nisso com frequência.

Se você se identifica com esses comportamentos, é um forte sinal de dependência, e um médico ou terapeuta pode fazer perguntas ainda mais específicas para identificar se é um problema para o qual você precisa receber tratamento.

Causas

Quais são as causas do vício em masturbação? Abaixo estão algumas causas potenciais de sentir a necessidade de se masturbar excessivamente ou compulsivamente:

• Depressão ou ansiedade que você controla usando a masturbação para levantar seu humor, relaxar ou reduzir o estresse;
• Uma inclinação para o vício por causa de sua neurobiologia (por exemplo, um estudo mostrou que pessoas com comportamento sexual compulsivo mostraram maiores conexões entre certas estruturas cerebrais semelhantes àquelas envolvidas em circuitos de recompensa de drogas);
• Dor emocional causada por circunstâncias da vida que você tenta afastar ao se concentrar em comportamentos sexuais viciantes.

Terapia

A psicoterapia pode ajudar a determinar a causa subjacente do vício em masturbação, o que permite desenvolver estratégias para reduzir o comportamento compulsivo e excessivo.

Por exemplo, pessoas que estão lidando com um trauma do passado, o terapeuta pode ajudar a processar esse trauma para que juntos, encontrem melhores habilidades de enfrentamento para lidar com a dor emocional.

O mais importante, é o paciente reconhecer que pode precisar de semanas ou meses para resolver os problemas subjacentes, embora superficialmente, o comportamento possa parecer simples e direto.

Uma terapia bem feita, ataca a origem do problema, e isso demanda bons profissionais. E em algumas situações, pode ser necessário o uso de medicamentos.

Mas, de antemão, se você suspeita estar enfrentando esse tipo de vício, é essencial que comece a se cuidar, ocupando seu tempo com outras coisas que despertam seu prazer (não o sexual), mas o prazer em ter satisfação de outras maneiras em atividades que você goste.

Reservar um tempo a elas pode ajudar bastante e tirar seu foco da masturbação, por exemplo: Ioga, corrida ou caminhada, meditação, qualquer outra atividade física e até mesmo ajuda de grupos de apoio.

Encontrar outras pessoas que estão lidando com o mesmo problema que você pode ser muito reconfortante e valioso.

Nofap

E essa linha de pensamento, de ajuda coletiva, deu origem ao grupo “no fap”, criado em 2011 por Alexander Rhodes, que tomou a iniciativa de abrir um fórum on-line sobre o assunto após ler o resultado de um estudo chinês, que detectou que homens podem ter um aumento de até 145% em seus níveis de testosterona após cumprirem um período de 7 dias sem se masturbarem.

A ideia foi tão bem aceita entre os homens que em apenas dois anos, os usuários do fórum mais que triplicaram e hoje há uma comunidade gigantesca por todo o mundo.

Além dos viciados em masturbação, a abstinência da prática é muito mais abrangente. Homens que pretendem melhorar a performance sexual, abandonarem o vício também em pornografia e outros que são até influenciados por questões religiosas frequentam ativamente a comunidade, postando depoimentos e mais depoimentos, que abastecem as páginas do site (nofap.com).

O grupo criou (ou inspirou a criação) da hashtag #nofapseptember que bomba na internet já há alguns anos e tem ganhado mais adeptos a cada novo mês de setembro, quando o desafio de ficar 30 dias sem se masturbar é lançado.

Fato é que não há comprovações científicas que a abstinência em masturbação traga real benefício à saúde, mas por outro lado, há várias evidências dos malefícios trazidos por qualquer tipo de compulsão.

Nonutnovember

Similar ao “nofap”, há o “Nonutnovember”, outro desafio da internet que gira em torno da abstinência, em que os participantes se abstêm de gozar durante todo o mês de novembro, tanto na masturbação quanto no sexo com parceiros. Há quem diga que o nutnovember nasceu como uma piada, porém ganhou bastante adeptos, tal qual seu primo próximo, o nofap.

Fato é que, é realmente incontestável que podem ser boas ferramentas de apoio para os homens (e mulheres) que realmente precisam de ajuda para controlarem suas compulsões, porém tornam-se quase doutrinas religiosas para alguns grupos de usuários.

A importância de identificar seus gatilhos

Se você percebe que o fato de ficar entediado ou sozinho o leva a se masturbar, que a masturbação para você é como um remédio para aliviar o estresse, você pode tentar encontrar outras atividades que aliviem o tédio, a solidão ou o estresse. Dessa forma, quando você sentir essas emoções, terá outras habilidades de enfrentamento nas quais confiar. Importante exercitar isso e se conhecer melhor.

Se você está lutando contra o vício da masturbação, saiba que não está sozinho. Existem outras pessoas que também estão lidando com esse tipo de vício e serão capazes de compreender e validar suas experiências.

Se você não consegue aliviar seus desejos de se masturbar e está tendo cada vez mais dificuldade para se concentrar no trabalho e em seus relacionamentos pessoais, um profissional de saúde mental treinado poderá trabalhar com você para ajudar a identificar seus gatilhos e fornecer-lhe habilidades saudáveis ​​de enfrentamento.

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